Você não entende como seu namorado consegue sobreviver de manga curta enquanto você está empacotada com duas blusas, uma jaqueta e um cachecol – e a mesma coisa parece acontecer com outros casais que você conhece.
Ou, então, o escritório onde você trabalha vive em pé de guerra porque os homens estão sempre morrendo de calor e querem deixar o ar-condicionado no modo Sibéria, enquanto as mulheres estão congeladas até os ossos.
Se você desconfia que isso acontece porque as mulheres sentem mais frio do que os homens, saiba que você está certa, e a ciência tem uma explicação para esse fenômeno.
Iguais por dentro, diferentes por fora
A temperatura interna de...
[Leia mais]Você não entende como seu namorado consegue sobreviver de manga curta enquanto você está empacotada com duas blusas, uma jaqueta e um cachecol – e a mesma coisa parece acontecer com outros casais que você conhece.
Ou, então, o escritório onde você trabalha vive em pé de guerra porque os homens estão sempre morrendo de calor e querem deixar o ar-condicionado no modo Sibéria, enquanto as mulheres estão congeladas até os ossos.
Se você desconfia que isso acontece porque as mulheres sentem mais frio do que os homens, saiba que você está certa, e a ciência tem uma explicação para esse fenômeno.
Iguais por dentro, diferentes por fora
A temperatura interna de homens e mulheres é praticamente idêntica (considerando pessoas que não estejam com febre nem tenham acabado de fazer exercícios físicos), e a percepção de frio e calor de ambos os sexos acontece na pele, por meio de receptores localizados principalmente nos pés e nãos mãos.
Em ambientes mais frios, nos quais nossa temperatura interna poderia cair, o organismo apresenta uma tendência a fazer vasoconstrição, ou seja, diminuir o calibre dos vasos para reduzir o fluxo sanguíneo para a pele com o objetivo de “segurar” o calor internamente. Como resultado, nossas mãos e pés recebem menos calor e ficam gelados, um efeito que acontece muito mais com as mulheres do que com os homens.
A explicação para essa diferença é que, em geral, os homens têm uma estrutura corporal maior e possuem mais massa muscular do que as mulheres, o que faz com que eles produzam mais calor e não dependam tanto desse efeito de vasoconstrição para manter sua temperatura interna.
Assim, como a pele deles continua recebendo praticamente o mesmo aporte de sangue, os receptores de frio e calor dos homens sofrem menos com as temperaturas mais baixas. Não é à toa que eles se sentem confortáveis em temperaturas próximas de 22 graus Célsius, enquanto as mulheres costumam preferir ambientes um pouco mais quentes, em torno dos 25 graus.
O drama do ar-condicionado do escritório
Em praticamente todos os escritórios, a polêmica é sempre a mesma: homens reclamando que o ar-condicionado não gela o suficiente e mulheres se queixando de que estão tremendo de frio.
Embora o impasse seja bem atual, saiba que ele surgiu na década de 1960, quando a American Society of Heating, Refrigerating and Air-Conditioning Engineers, uma associação dos engenheiros dos EUA que trabalhavam com aquecimento, refrigeração e condicionamento do ar, fez um estudo sobre o conforto térmico para definir um padrão de temperatura para ambientes corporativos.
Para criar esse modelo, a associação levou em conta dados como a própria temperatura do ambiente, a velocidade do vento, a umidade relativa, o tipo de roupa utilizado durante o expediente e a taxa metabólica das pessoas ao realizar atividades de escritório.
O problema é que tanto o tipo de roupa quanto a taxa metabólica consideradas diziam respeito principalmente aos homens, que eram a maior parte da força de trabalho na época. Para piorar a situação, um estudo de 2015 mostrou que o cálculo que os engenheiros fizeram na década de 1960 superestimou a taxa metabólica das mulheres em 35%.
Dessa forma, além da fórmula estar desatualizada por não incluir a atual participação feminina nos ambientes corporativos, ela ainda oferece resultados equivocados por considerar que o corpo feminino produz mais calor do que ele realmente produz.
Como solucionar esse impasse?
Para acabar com o desconforto, o ideal mesmo seria que homens e mulheres pudessem chegar a um acordo na hora de regular a temperatura do ar-condicionado do escritório ou mesmo do carro ou do quarto quando se trata de um casal. Afinal, não é uma “frescura” das mulheres, mas sim uma questão fisiológica!
E se eles vierem com o velho argumento de que “é só colocar mais blusas”, que a gente sabe muito bem que não é a mesma coisa que se sentir confortável no ambiente, você pode dizer que oferecer uma temperatura mais apropriada aumenta a produtividade e economiza energia e combustível. Por via das dúvidas, porém, leve sempre um casaquinho com você!
Créditos: Conteúdo originalmente publicado no blog Dicas de Mulher